Lúcio Cardoso - A flor e a ruína: a infância de um possesso

Autores

  • Odirlei Costa dos Santos UFRJ

Resumo

“Diário II”, escrito entre 1952 e 1962, compõe a segunda parte de Diário completo (1970) e possui em suas modulações uma característica distinta do primeiro volume da narrativa diária de Lúcio Cardoso: a configuração de uma escritura íntima com matizes memorialistas. O escritor maduro vislumbra o retorno das imagens do menino que foi, durante os anos de sua primeira infância, em Belo Horizonte. Entre 40 e 50 anos de idade, Lúcio vê-se diante do crescente rememorar face a paisagens, cenários e personagens do passado. Este voltar-se às circunvoluções da memória afetiva possui implicações com suas indagações ontológicas. O homem, ao envelhecer e confirmar seu itinerário em direção à morte, perscruta no menino ou nas imagens da infância a possível compreensão de si. O autor procura aparar os meandros da memória num investigar quase “arqueológico”, como salienta Roberto Corrêa dos Santos em Modos de saber, modos de adoecer.

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Referências

BARTHES, Roland. O rumor da língua. Tradução: António Gonçalves. Lisboa: Edições 70, 1984.

CARDOSO, Lúcio. Diário completo. Rio de Janeiro: José Olympio, 1970.

FURTADO, Fernando Fábio Fiorese. Murilo na cidade: os horizontes portáteis do mito. Blumenau: Edifurb, 2003.

SANTOS, Roberto Corrêa dos. Modos de saber, modos de adoecer: o corpo, a arte, o estilo, a história, a vida, o exterior. Belo Horizonte, UFMG, 1999.

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Publicado

2007-03-30

Edição

Seção

Artigos