O MODERNISMO E A REPRESENTAÇÃO “REALISTA” DO COTIDIANO URBANO: Mário de Andrade lê António de Alcântara Machado

Autores

  • Wilson José Flores JR UFRJ

Resumo

A maior parte dos escritores diretamente envolvidos com a literatura nos anos 1920 se dedicou a construir representações que visavam exaltar aspectos da sociabilidade e do modo de ser da sociedade brasileira ou a propor alguma forma de síntese mítica entre passado e presente, entre a colônia e a sociedade urbano-industrial que ganhava impulso na época. Alguns, no entanto, tomaram caminhos diferentes e, em meio a certa euforia no “potencial de transformação” do progresso, optaram por olhar o processo criticamente. António de Alcântara Machado figurava entre eles e aparecia, no cenário artístico da época, como uma voz singular, particularmente provocadora, que enveredava pelos caminhos da ficção, buscando novas estruturas narrativas, novas formas de linguagem e construção, num momento em que o esforço experimental do Modernismo ainda se concentrava, sobretudo, na poesia. Mário de Andrade leu a produção literária e as propostas estéticas de Alcântara Machado atentamente e suas opiniões a respeito delas ajudam não apenas a especificar uma parte dos debates da época, como também apontam para aspectos importantes da obra multifacetada do autor de Macunaíma.

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Referências

ALCÂNTARA MACHADO, Antonio de. Brás, Bexiga e Barra Funda e Laranja da China. São Paulo: Klick: O Estado de São Paulo, 1999.

ANDRADE, Mário de. Os contos de Belazarte. 4.ed. São Paulo: Martins, 1956. (Obras completas de Mário de Andrade, Vol.V).

__________. Carta de 16 de maio de 1935 a Prudente de Moraes Neto, In BARBOSA, 2001, p. 49-53.

__________. “O túmulo na neblina”, In BARBOSA, 2001, p.55-66.

BARBOSA, Francisco de Assis. Intelectuais na encruzilhada: correspondência de Alceu Amoroso Lima e António de Alcântara Machado (1927-1933). Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Letras, 2001.

CARVALHO, Sérgio de. O drama impossível: teatro modernista de António de Alcântara Machado, Oswald de Andrade e Mário de Andrade. Tese (Doutorado), FFLCH/USP, São Paulo, 2002.

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Publicado

2017-04-01