O processo de mudança estrutural da economia brasileira no limiar do século XXI

Autores/as

Palabras clave:

Mudança estrutural, Desindustrialização prematura, Doença de Baumol, Produtividade, Economia brasileira

Resumen

A economia brasileira passou por uma significativa transformação estrutural desde o final do século XX, intensificada entre 1998 e 2019, caracterizada pela desindustrialização prematura e pela amplificação dos efeitos da Doença de custos de Baumol. Esse processo ocorreu em um contexto de urbanização acelerada e transferência da força de trabalho predominantemente do setor primário para o terciário, favorecendo uma especialização produtiva centrada em commodities agrícolas e minerais, bem como em serviços tradicionais de baixa produtividade. A interação desses fatores consolidou uma trajetória de crescimento econômico reduzido, na qual a indústria, historica mente responsável por impulsionar ganhos de produtividade, apresentou um declínio persistente, enquanto os segmentos de serviços intensivos em conhecimento permaneceram periféricos. Utilizando a decomposição shift-share da produtividade e uma adaptação da classificação setorial por intensidade tecnológica da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a presente análise evidencia que a economia brasileira não estabeleceu uma base industrial mínima capaz de sustentar um crescimento econômico robusto, destoando de padrões clássicos e tardios de industrialização. No século XXI, o setor agropecuário e extrativista manteve alta produtividade, mas sem promover encadeamentos produtivos capazes de dinamizar a economia. Assim, a Doença de Baumol no Brasil assume contornos mais severos, combinando a estagnação industrial e de serviços tradicionais com um crescimento agropecuário dissociado da geração de empregos.

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Publicado

2025-05-28