Ideas ilustradas y procedimientos ficcionales en Lazarillo de ciegos caminantes

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DOI:

https://doi.org/10.1590/1517-106X/2025e68358

Resumo

Publicado no contexto das reformas bourbônicas na América, o relato de viagem Lazarillo de ciegos caminantes, do espanhol Alonso Carrió de la Vandera, marca a literatura do século XVIII pela concepção de um narrador indígena, Concolorcorvo. Este trabalho examina a utilização desse narrador como ferramenta discursiva empregada por La Vandera, bem como suas implicações formais para a obra no que diz respeito à observação da sociedade colonial atravessada pela perspectiva ilustrada do autor. Analisamos dois aspectos estruturais do livro que o aproximam da ficção ao passo que, paradoxalmente, nos permitem vislumbrar suas ideias reformistas: a presença de casos que, partindo da observação do particular, ganham transcendência moral e social e, por outro lado, os diálogos entre o narrador indígena e o visitante espanhol, cujo jogo proposto pelas máscaras lhe permite avançar no seu juízo implacável dos modos de vida testemunhados nos vastos territórios visitados.

Biografia do Autor

Bruno Verneck, Universidade de São Paulo São Paulo, SP, Brasil

Bruno Verneck. Graduado em Letras pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (2019) e atualmente doutorando na mesma instituição. Foi pesquisador visitante na Pontifícia Universidade Católica do Chile (2018) e na Universidade Nacional de La Plata (2022-2023) financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. Investiga as relações entre cultura e política nas literaturas hispânicas dos séculos XVIII e XIX e é vice-coordenador do Grupo de Pesquisa “Prácticas Letradas y circulación de ideas en el Mundo Hispánico (siglos XVIII-XIX) (DLM-FFLCH-USP/CNPq)”.

Publicado

2025-06-24

Edição

Seção

Artigos