A comunhão sem Deus: ensaio sobre o ateísmo de Carlos Drummond de Andrade
DOI:
https://doi.org/10.1590/1517-106X/2025e68364Resumo
Este artigo acompanha vários argumentos em defesa do ateísmo tal como Carlos Drummond de Andrade os apresenta. Seu ateísmo tem sentido crítico e humanista, pois, de um lado, revela posturas incorretas de relação com o divino e, de outro, visa à promoção de valores éticos e responsáveis para com o próximo e para com a natureza. De forma semelhante a Jean-Paul Sartre, o ateísmo de Drummond afirma que o homem deve ser pensado sem a mediação de agentes exteriores à própria consciência humana. A prática religiosa é censurada quando visa à salvação de forma alienada e determinista. As questões que envolvem o fenômeno religioso devem ser acompanhadas de senso crítico. A valorização da religião, representada pela ação divina, é fruto da projeção do homem em seu desejo de transcendência. O humanismo de Drummond o impede de ver Deus onde só há o homem e o mistério da existência.
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