O amor dos eremitas na Antonias de Maffeo Vegio
DOI:
https://doi.org/10.1590/1517-106X/2025e68372Resumo
O objetivo deste artigo é analisar a representação do amor na Antonias, poema épico renascentista de Maffeo Vegio. A obra transforma a tradicional narrativa épica de um amor romântico entre o herói e sua amada em um vínculo platônico entre dois eremitas, São Paulo e Santo Antônio. Esse amor espiritual, símbolo do amor divino, torna-se uma expressão da santidade dos protagonistas. A representação do amor entre os eremitas reflete uma reinterpretação cristã do gênero épico, que, na Eneida, identificava um caminho em direção à virtude. Ao mesmo tempo, porém, a descrição da relação entre os monges revela influências claras da elegia amorosa. A Antonias também se inspira nas leituras medievais da obra de Virgílio, especialmente como narrativa do amor romântico entre Eneias e Dido. Dessa forma, Vegio reformula o gênero épico no espírito do humanismo cristão, criando uma epopeia hagiográfica perfeitamente alinhada aos valores e sensibilidades de sua época.
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