A Paródia como estratégia seiscentista
Dom Quixote de la Mancha e a tradição medieval
Resumo
A crítica literária considera a paródia como uma sentença desviada de seu sentido original, que imita e, em alguns momentos, ridiculariza algo, amplamente utilizada pelos escritores, cabendo principalmente à Retórica estudá-la há séculos. A literatura barroca a utilizou amplamente, visando principalmente um trabalho com a linguagem jamais feito até então. Pode-se tomar o Dom Quixote de la Mancha como uma obra de paródia por excelência, já que no prólogo, Cervantes afirmava que o objetivo central da narrativa era combater os livros de cavalaria mal elaborados. Portanto, Cervantes ridiculariza o anacronismo das novelas de cavalaria, ao criar uma forte tensão entre o ser e o parecer, e lança mão de um protagonista que, nas palavras de Ian Watt, funcionaria como um mito do individualismo moderno. Mas Cervantes vai além, ao publicar a segunda parte do romance e parodiar a primeira, fazendo com que os personagens citem em diversos momentos a primeira parte e zombem da continuidade feita por Alonso de Avellaneda. Essa apresentação pretende, pois, mostrar como Cervantes lança mão da paródia e como essa característica era uma constante na literatura barroca.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Wagner Monteiro Pereira, Ana Karla Canarinos
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License. Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.