Impacto da tecnologia assistiva na vida de crianças com paralisia cerebral: perspectivas maternas
The impact of assistive technology on the lives of children with cerebral palsy: maternal perspectives
DOI :
https://doi.org/10.47222/2526-3544.rbto68651Mots-clés :
Tecnologia Assistiva, Terapia Ocupacional, Paralisia Cerebral, MãesRésumé
Introdução: Recursos de Tecnologia Assistiva são comumente prescritos para crianças com paralisia cerebral, visando à funcionalidade e à participação social delas. Contudo, há escassez de estudos que avaliem o impacto de tais recursos sob a perspectiva dos usuários. Objetivos: Identificar a atividade-alvo para prescrição de recursos de Tecnologia Assistiva e compreender a eficácia deles na vida de crianças com paralisia cerebral, na perspectiva das mães que interagem com a tecnologia e com a criança diariamente. Métodos: Estudo longitudinal realizado com três mães de crianças com paralisia cerebral atendidas em um serviço de Terapia Ocupacional. Utilizou-se a medida canadense de desempenho ocupacional e a versão brasileira do Quebec user evaluation of satisfaction with Assistive Technology, aplicados com as mães em três momentos: pré, 15 e 30 dias após intervenção com o recurso. Realizou-se análise descritiva e comparativa dos dados de desempenho e satisfação na atividade selecionada, além da satisfação com o recurso assistivo e o serviço de Tecnologia Assistiva. Resultados: A implementação dos recursos demonstrou eficácia no aprimoramento do desempenho e no aumento da satisfação com a atividade avaliada. Discussão: Os resultados sugerem que os recursos implementados foram adequados para atender às necessidades e às expectativas das mães. O aumento nos escores de desempenho e satisfação sugere que a intervenção foi bem-sucedida. Conclusão: Este estudo orienta a elaboração de estratégias de intervenção em terapia ocupacional na área da Tecnologia Assistiva, abrangendo aspectos pertinentes aos procedimentos, aos instrumentos de coleta de dados e aos métodos para avaliar o impacto do uso desses recursos.
Abstract
Introduction: Assistive Technology resources are commonly prescribed for children with cerebral palsy, aiming at functionality and social participation. However, there is a lack of studies that evaluate the impact of these resources from the perspective of users. Objectives: To identify the target activity for prescribing Assistive Technology resources and understand their effectiveness in the lives of children with cerebral palsy, from the perspective of mothers who interact with technology and with the child daily. Methods: Longitudinal study carried out with three mothers of children with cerebral palsy treated at an Occupational Therapy service. The Canadian Occupational Performance Measure and the Brazilian version of the Quebec User Evaluation of Satisfaction with Assistive Technology were applied to the mothers at three moments: pre, 15 and 30 days after intervention with the resource. A descriptive and comparative analysis of the performance and satisfaction data in the selected activity was carried out, satisfaction with the assistive resource and with the Assistive Technology service. Results: The implementation of the resources demonstrated effectiveness in improving performance and increasing satisfaction with the evaluated activity. Discussion: The results suggest that the implemented resources were adequate to meet the mothers' needs and expectations. The increase in performance and satisfaction scores suggests that the intervention was successful. Conclusion: This study guides the development of intervention strategies in occupational therapy in the area of Assistive Technology, covering aspects pertinent to procedures, data collection instruments and methods to evaluate the impact of the use of these resources.
Keywords: Assistive Technology. Occupational Therapy. Cerebral Palsy. Mothers.
Resumen
Introducción: Se prescriben recursos de Tecnología de Asistencia para niños con parálisis cerebral con el objetivo de funcionalidad y participación social. Sin embargo, faltan estudios que evalúen el impacto de estos recursos desde la perspectiva de los usuarios. Objetivos: Identificar la actividad objetivo para la prescripción de recursos de Tecnología de Asistencia y comprender su efectividad en la vida de los niños con parálisis cerebral, desde la perspectiva de las madres que interactúan con la tecnología y el niño. Métodos: Estudio longitudinal realizado con tres madres de niños con parálisis cerebral atendidos en un servicio de Terapia Ocupacional. Se utilizó la Medida de Desempeño Ocupacional Canadiense y la versión brasileña de la Evaluación de Satisfacción del Usuario de Quebec con Tecnología de Asistencia, aplicados a las madres en los siguientes momentos: pre, 15 y 30 días después de la intervención con el recurso, con análisis descriptivo y comparativo de los datos de desempeño y satisfacción en la actividad seleccionada, con el recurso y servicio de Tecnología Asistiva. Resultados: La implementación de los recursos demostró ser eficaz para mejorar el rendimiento y aumentar la satisfacción con la actividad evaluada. Discusión: Los resultados sugieren que los recursos implementados fueron adecuados para satisfacer las necesidades y expectativas de las madres. El aumento en las puntuaciones de rendimiento y satisfacción sugiere que la intervención fue exitosa.Conclusión: Es importante desarrollar estrategias de intervención en terapia ocupacional utilizando Tecnología de Asistencia, que abarquen procedimientos, instrumentos de recolección de datos y métodos para evaluar el impacto del uso de estos recursos.
Palabras clave: Dispositivos de Autoayuda. Terapia Ocupacional. Parálisis Cerebral. Madres.
Téléchargements
Références
Baleotti, L. R., Araújo, R. C. T., & Silva, N. R. (2014). Terapia Ocupacional y Educaçión Especial. In C. R. M. Giroto, M. C. S. Del Masso, S. G. C. Milanez, & E. Sebastián (Orgs.), Servicios de apoyo en Educación Especial: una mirada desde diferentes realidades (pp. 145–158). Editorial Universidad de Alcalá.
Baleotti, L. R., Covello, L. A., Barbosa, R. B., & Zafani, M. D. (2020). Tecnologia assistiva para alunos com paralisia cerebral: Desenvolvimento e análise colaborativa entre terapeutas ocupacionais e professores. Revista Chilena de Terapia Ocupacional, 20, 13–24. https://doi.org/10.5354/0719-5346.2020.52752
Baleotti, L. R., Silva, A. L. S., & Palácio, R. M. (2024). Occupational therapy and assistive technology: Experience in using 3D printing and open source platforms. Indian Journal of Physiotherapy and Occupational Therapy (Online), 18, 57–64. https://doi.org/10.37506/qb3e0551
Barbosa, R. B., Zafani, M. D., & Baleotti, L. R. (2020). Impacto da utilização de recursos tecnológicos no desempenho de atividades cotidianas e na satisfação da mãe de criança com paralisia cerebral grave. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, 30(1), 19–26. https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v30i1p19-26
Biancolli, L. G. (2020). Comunicação Alternativa e Ampliada e os caminhos para a formação em Terapia Ocupacional [Trabalho de Conclusão de Curso, Universidade Federal de São Carlos]. https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/14129?show=full
Carvalho, K. E. C. de, Gois Júnior, M. B., & Sá, K. N. (2013). Tradução e validação do Quebec User Evaluation of Satisfaction with Assistive Technology (QUEST 2.0) para o idioma português do Brasil. Revista Brasileira de Reumatologia, 54(4), 260–267. https://doi.org/10.1016/j.rbr.2014.04.003
Chmiliar, L. (2007). Perspectives on assistive technology: What teachers, health professionals, and speech and language pathologists have to say. Developmental Disabilities Bulletin, 35(1–2), 1–17. https://citeseerx.ist.psu.edu/document?repid=rep1&type=pdf&doi=247b9fc0a96902b073f950a7648fc2b5c43695ae
Cockerill, H., Elbourne, D., Allen, E., Scrutton, D., Will, E., McNee, A., Fairhurst, C., & Baird, G. (2014). Speech, communication and use of augmentative communication in young people with cerebral palsy: The SH&PE population study. Child: Care, Health and Development, 40(2), 149–157. https://doi.org/10.1111/cch.12066
Cook, A. M., & Polgar, J. M. (2020). Principles of assistive technology: Introducing the Human Activity Assistive Technology Model. In A. M. Cook & J. M. Polgar (Eds.), Assistive technologies: Principles & practice (4ª ed., Cap. 1, pp. 1–15). Mosby.
Da Costa, C. R., Ferreira, F. M. R. M., Bortolus, M. V., & Carvalho, M. G. R. (2015). Dispositivos de tecnologia assistiva: fatores relacionados ao abandono. Cadernos de Terapia Ocupacional, 23(3), 611–624. https://doi.org/10.4322/0104-4931.ctoAR0544
Desmet, P. (2003). Multilayered model of product emotions. The Design Journal, 6, 4–13. https://doi.org/10.2752/146069203789355480
Gondim, K. M., Pinheiro, P. N. C., & Carvalho, Z. M. F. (2009). Participação das mães no tratamento dos filhos com paralisia cerebral. Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste, 10(4), 136–144. https://repositorio.ufc.br/handle/riufc/4393
King, S., Teplicky, R., King, G., & Rosenbaum, P. (2004). Family-centered service for children with cerebral palsy and their families: A review of the literature. Seminars in Pediatric Neurology, 11(1), 78–86. https://doi.org/10.1016/j.spen.2004.01.009
Krüger, S., Berberian, A. P., Guarinelo, A. C., & Carnevale, L. B. (2011). Comunicação suplementar e/ou alternativa: Fatores favoráveis e desfavoráveis ao uso no contexto familiar. Revista Brasileira de Educação Especial, 17(2), 209–224. https://doi.org/10.1590/S1413-65382011000200004
Lino, T. B., Martinez, L. B. A., Boueri, I. Z., & Lourenço, G. F. (2020). Efeitos do uso de recursos de tecnologia assistiva para promover independência em atividades de vida diária para uma criança com paralisia cerebral. Revista Brasileira de Educação Especial, 26(1), 35–50. https://doi.org/10.1590/s1413-65382620000100003
Magalhães, L. C., Magalhães, L. V., & Cardoso, A. A. (2009). Apresentação. In M. Law, S. Baptiste, A. Carswell, M. A. McColl, H. Polatajko, & N. Pollock, Medida Canadense de Desempenho Ocupacional (COPM) (L. C. Magalhães, L. V. Magalhães, & A. A. Cardoso, Trads. e Orgs., p. 11). Editora Universidade Federal de Minas Gerais.
Magill-Evans, J., Wiart, L., Darrah, J., & Kratochvil, M. (2005). Beginning the transition to adulthood. Physical & Occupational Therapy in Pediatrics, 25(3), 19–36. https://doi.org/10.1080/J006v25n03_03
Martin, J. K., et al. (2010). The impact of consumer involvement on satisfaction with and use of assistive technology. Disability and Rehabilitation: Assistive Technology, 6(3), 225–242. https://doi.org/10.3109/17483107.2010.522685
Medola, F. O., & Paschoarelli, L. C. (2014). Design e deficiência: História, conceitos e perspectivas. In A. B. P. Andrade et al. (Orgs.), Ensaios em design: Práticas interdisciplinares (pp. 126–135). Canal 6.
Mello, R., Ichisato, S. M. T., & Marcon, S. S. (2012). Participação da família no trabalho fisioterapêutico em crianças com paralisia cerebral. Revista Brasileira de Enfermagem, 65(1), 104–109. https://pepsic.bvsalud.org/pdf/rbcdh/v18n3/03.pdf
Meneses, K. P., Duarte, J. S., Alencar, D. O., & Pereira, A. C. S. (2014). Desempenho ocupacional e satisfação de indivíduos pós-acidente vascular encefálico. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, 22(3), 515–520. https://doi.org/10.4322/cto.2014.072
Murphy, N., Caplin, D. A., Christian, B. J., Luther, B. L., Holobkov, R., & Young, P. C. (2011). The function of parents and their children with cerebral palsy. PM&R: The Journal of Injury, Function, and Rehabilitation, 3(2), 98–104. https://doi.org/10.1016/j.pmrj.2010.11.006
Nguyen, T., Henderson, D., Stewart, D., Hlyva, O., Punthakee, Z., & Gorter, J. W. (2016). You never transition alone! Exploring the experiences of youth with chronic health conditions, parents and healthcare providers on self-management. Child: Care, Health and Development, 42(4), 464–472. https://doi.org/10.1111/cch.12334
Paschoarelli, L. C., et al. (2015). Design ergonômico e tecnologia assistiva: Bases para uma linha de pesquisa. In J. G. S. Rosa (Org.), Facetas e aplicações do design centrado no usuário – Ergotrip design (Vol. 1, pp. 116–127). Rio Books.
Rocha, E. F. E., & Castiglioni, M. C. (2005). Reflexões sobre recursos tecnológicos: Ajudas técnicas, tecnologia assistiva, tecnologia de assistência e tecnologia de apoio. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, 16(3), 97–104. https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v16i3p97-104
Siqueira, S. S., & Bandini, H. H. M. (2021). Fatores associados à adesão ao uso de órteses de membro superior sob diferentes perspectivas. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 13(1). https://doi.org/10.25248/reas.e5690.2021
Souza, C. A. F., Calixto, M. F., Oliveira, A. C. B. S., & Alves, A. C. J. (2018). Uso de avaliação do desempenho para prescrição de dispositivos de tecnologia assistiva. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, 29(1), 34–40. https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v29i1p34-40
Taherian, S., & Davies, C. (2017). Multiple stakeholder perceptions of assistive technology for individuals with cerebral palsy in New Zealand. Disability and Rehabilitation: Assistive Technology, 13(7), 648–657. https://doi.org/10.1080/17483107.2017.1369585
Téléchargements
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
© Revista Interinstitucional Brasileira de Terapia Ocupacional - REVISBRATO 2025

Cette œuvre est sous licence Creative Commons Attribution - Pas d'Utilisation Commerciale - Pas de Modification 4.0 International.
Declaração e Transferência de Direitos Autorais
O periódico REVISBRATO -- Revista interinstitucional Brasileira de Terapia Ocupacional é publicado conforme o modelo de Acesso Aberto e optante dos termos da licença Creative Commons BY (esta licença permite a distribuição, remixe, adaptação e criação a partir da obra, mesmo para fins comerciais, desde que os devidos créditos sejam dados aos autores e autoras da obra, assim como da revista. Mais detalhes disponíveis no site http://creativecommons.org/licenses/by/3.0/).

No momento da submissão do manuscrito os autores deverão encaminhar, nos documentos suplementares a Declaração de responsabilidade, conflito de interesse e transferência de direitos autorais, segundo modelo disponivel na página "Instruções aos autores"
- Uso de imagens e discursos
Quando um autor submeter imagens para capa, que não correspondam a pesquisas em formato de artigo e que não tenham obrigatoriedade de autorização de Comitê de Ética, assim imagens presentes em outras seções, deverá ser anexado o TERMO DE CESSÃO DE DIREITO DE USO DA IMAGEM E DE DISCURSO (disponível modelo na página "Instruções aos autores"). Somente é necessário que o autor principal assine o termo e o descreva conforme o modelo abaixo em word.