Satisfação e participação social de pessoas em uso de cadeira de rodas motorizada

Satisfaction and social participation of people using motorized wheelchairs

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47222/2526-3544.rbto64274

Palavras-chave:

Tecnologia Assistiva, Cadeira de Rodas, Satisfação do Paciente, Participação Social

Resumo

Introdução: A cadeira de rodas motorizada é uma tecnologia assistiva projetada para melhorar a locomoção, cuja adesão do paciente com deficiência está intimamente ligada à satisfação e aceitação do dispositivo, afetando sua participação social. Objetivo: Este estudo visa analisar a satisfação e a participação social de usuários de cadeira de rodas motorizada, além de testar a correlação entre essas variáveis. Metodologia: Foi conduzido um estudo quantitativo, transversal e analítico em um Centro Estadual de Reabilitação em Goiânia-GO. Foram aplicados um questionário sociodemográfico, a Avaliação da Satisfação do Usuário com Tecnologia Assistiva de Quebec (B-Quest 2.0) e uma Escala de Participação Social (P-scale). Resultados: A amostra incluiu 52 participantes, com idade média de 44 anos, sendo predominante o diagnóstico de pós-poliomielite, seguido por distrofias musculares e lesão medular. Quanto à satisfação com o dispositivo, 81% dos participantes estão bastante satisfeitos, enquanto em relação aos serviços prestados, 56% estão mais ou menos satisfeitos. Quanto à participação social, observa-se que 13% enfrentam restrição extrema, 34% restrição grave e 19% restrição moderada. Não houve correlação significativa entre participação social e grau de satisfação. Conclusão: Os usuários de cadeiras de rodas motorizadas estão satisfeitos com a tecnologia, porém enfrentam prevalência de restrições moderadas a graves na participação social. Compreender o perfil do paciente, sua satisfação e participação social é crucial para avaliar e intervir eficazmente no processo de reabilitação, readaptação e reintegração social desses indivíduos.

Abstract

Introduction: The motorized wheelchair is an assistive technology designed to enhance mobility. The adherence of patients with disabilities to this device may be linked to their satisfaction and acceptance, consequently influencing their social participation. Objective:To analyze the satisfaction and social participation of people using a motorized wheelchair and test the correlation between these variables. Methodology: A quantitative, cross-sectional, and analytical study conducted at a State Rehabilitation Center in Goiânia-GO. A sociodemographic questionnaire, the Quebec User Evaluation of Satisfaction with Assistive Technology (B-Quest 2.0), and a Social Participation Scale (P-scale) were utilized. Results: The sample comprised 52 participants, with an average age of 44 years, predominantly diagnosed with post-polio syndrome, followed by muscular dystrophies and spinal cord injuries. Regarding satisfaction with the device, 81% are quite satisfied; concerning services provided, 56% are somewhat satisfied. Regarding social participation, 13% face extreme restriction, 34% severe restriction, and 19% moderate restriction. There was no significant correlation between social participation and satisfaction level. Conclusion: Individuals using motorized wheelchairs are satisfied with the technology. There is a prevalence of moderate to severe restrictions in social participation. Understanding the patient's profile, satisfaction, and social participation is crucial for effectively evaluating and intervening in the rehabilitation, adaptation, and social reintegration process of motorized wheelchair users.

Keywords: Assistive Technology; Wheelchair; Patient Satisfaction; Social Participation.

Resumen 

Introducción: La silla de ruedas motorizada es una tecnología asistiva diseñada para mejorar la locomoción, cuya adopción por parte del paciente con discapacidad está íntimamente ligada a la satisfacción y aceptación del dispositivo, afectando su participación social. Objetivo: Este estudio tiene como objetivo analizar la satisfacción y la participación social de los usuarios de sillas de ruedas motorizadas, además de probar la correlación entre estas variables. Metodología: Se realizó un estudio cuantitativo, transversal y analítico en un Centro Estatal de Rehabilitación en Goiânia-GO. Se aplicaron un cuestionario sociodemográfico, la Evaluación de la Satisfacción del Usuario con Tecnología Asistiva de Quebec (B-Quest 2.0) y una Escala de Participación Social (P-scale). Resultados: La muestra incluyó a 52 participantes, con una edad media de 44 años, siendo predominante el diagnóstico de post-poliomielitis, seguido de distrofias musculares y lesión medular. En cuanto a la satisfacción con el dispositivo, el 81% de los participantes están bastante satisfechos, mientras que en relación con los servicios prestados, el 56% están más o menos satisfechos. En cuanto a la participación social, se observa que el 13% enfrentan restricción extrema, el 34% restricción grave y el 19% restricción moderada. No hubo una correlación significativa entre la participación social y el grado de satisfacción. Conclusión: Los usuarios de sillas de ruedas motorizadas están satisfechos con la tecnología, pero enfrentan una prevalencia de restricciones moderadas a graves en la participación social. Comprender el perfil del paciente, su satisfacción y participación social es crucial para evaluar e intervenir eficazmente en el proceso de rehabilitación, readaptación y reintegración social de estos individuos.

Palabras clave: Tecnología Asistiva; Silla de Ruedas; Satisfacción del Paciente; Participación Social.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Brasil. Ministério da Saúde. (2010). Portaria nº 661, de 2 de dezembro de 2010. Atualiza os atributos dos procedimentos da Tabela de Procedimentos, Medicamentos e OPM do SUS. Diário Oficial da União, 233(1), 70, Brasília. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/sas/2010/prt0661_02_12_2010.html

Brasil. Ministério da Saúde. (2013). Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias em Saúde da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos – DGITS/SCTIE. Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (CONITEC). Relatório nº 50. Diário Oficial da União, 87(1), 101, Brasília. http://antigo-conitec.saude.gov.br/images/Incorporados/CadeiradeRodasMotorizada-final.pdf

Brasil. Ministério da Saúde. (2013). Portaria nº 1.272, de 25 de junho de 2013. Inclui procedimentos de Cadeiras de Rodas e Adaptação Postural em Cadeira de Rodas na Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPM) do Sistema Único de Saúde. Diário Oficial da União, 121(1), 59, Brasília. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt1272_25_06_2013.html

Brasil. Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República. (2006). Portaria nº 142, de 16 de novembro de 2006. Diário Oficial da União, seção 1, Brasília. https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=196373

Câmara dos Deputados. (2015). Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015, que institui a Lei brasileira de inclusão da pessoa com deficiência (Estatuto da pessoa com deficiência). Brasília: Edições Câmara. (Série legislação; n. 200). https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm

Caro, C. C., & Cruz, D. M. C. (2020). A mobilidade funcional com cadeiras de rodas em sujeitos com lesão medular. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, 28(4), 1133-1150. https://doi.org/10.4322/2526-8910.ctoAO1984

Carvalho, K. E. C. de, Gois Júnior, M. B., & Sá, K. N. (2014). Tradução e validação do Quebec User Evaluation of Satisfaction with Assistive Technology (QUEST 2.0) para o idioma português do Brasil. Revista Brasileira de Reumatologia, 54(4), 260–267. https://doi.org/10.1016/j.rbr.2014.04.003

Chesani, F. H., Bossardi, C. N., Cerutti, A. P., Lisbôa, H. K., Sandri, J. V. de A., Negretti, P. P., & Fontenelle, R. S. (2023). Qualidade de vida dos usuários de cadeira de rodas e o grau de satisfação quanto ao uso da tecnologia assistiva. Revista Contemporânea, 3(4), 3328–3345. https://doi.org/10.56083/RCV3N4-035

Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional– COFFITO. (2015). Resolução nº 458, de 20 de novembro de 2015. Dispõe sobre o uso da Tecnologia Assistiva pelo terapeuta ocupacional e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 9 dez. 2015. https://www.coffito.gov.br/nsite/?p=3221

Espindula, P. A. V. (2021). Validação da Escala de Participação Social (P-scale) em adultos com lesão medular (Dissertação de mestrado Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Programa de Pós-Graduação em Reabilitação e Desempenho Funcional). http://acervo.ufvjm.edu.br/jspui/bitstream/1/2775/1/patricia_avelar_viana_espindula.pdf

Fiorini, H. F. (2015). Impacto do uso da cadeira de rodas motorizada na participação de indivíduos com mobilidade reduzida e sua satisfação com dispositivo e serviço prestado [Monografia de graduação, Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Universidade Federal de Minas Gerais]. http://www.eeffto.ufmg.br/eeffto/DATA/defesas/20180206095243.pdf

IBGE. (2021). PNS 2019: país tem 17,3 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência. Recuperado de https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/31445-pns-2019-pais-tem-17-3-milhoes-de-pessoas-com-algum-tipo-de-deficiencia

Manzini, E. J. (Ed.). (2006). Inclusão e acessibilidade. Marília, SP: ABPEE.

Mishra, P., Pandey, C. M., Singh, U., Gupta, A., Sahu, C., & Keshri, A. (2019). Descriptive statistics and normality tests for statistical data. Annals of Cardiac Anaesthesia, 22(1), 67-72. https://doi.org/10.4103/aca.ACA_157_18

Organização Mundial da Saúde. (2008). Diretrizes sobre o Fornecimento de Cadeiras de Rodas Manuais em Locais com Poucos Recursos [Guidelines on the Provision of Manual Wheelchairs in Less-Resourced Settings]. Recuperado de https://www.who.int/publications/i/item/9789241547482

Ossada, V. A. Y., Garanhani, M. R., Souza, R. B., & Costa, V. S. P. (2014). The wheelchair and its essential components for the mobility of quadriplegic persons with spinal cord injury. Acta Fisiátrica, 21(4), 162-166. https://doi.org/10.5935/0104-7795.20140032

Pelosi, M. B., & Gomes, C. A. (2018). Tecnologia Assistiva e Terapia Ocupacional no Contexto Hospitalar. In M. M. R. D. P. D. C. A. M. Kudo (Ed.), Terapia Ocupacional: em contextos hospitalares e cuidados paliativos (1st ed., pp. 103-123). São Paulo, Brazil: Payá.

Pripp, A. H. (2018). Pearsons eller Spearmans korrelasjonskoeffisienter [Pearson's or Spearman's correlation coefficients]. Tidsskrift for den Norske laegeforening: tidsskrift for praktisk medicin, ny raekke, 138(8). https://doi.org/10.4045/tidsskr.18.0042

Reid, D., Williams, H., & Robinson, L. (2003). Home is where their wheels are: Experiences of women wheelchair users. American Journal of Occupational Therapy, 57(2), 186-195. https://doi.org/10.5014/ajot.57.2.186

Santos, R. F. dos, Sampaio, P. Y. S., Sampaio, R. A. C., Gutierrez, G. L., & Almeida, M. A. B. de. (2017). Tecnologia assistiva e suas relações com a qualidade de vida de pessoas com deficiência. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, 28(1), 54-62. https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v28i1p54-62

Sousa, E. Z. T., Silva, C. A. S., Guimarães, F. M., Barroso, I. D., Sousa, K. L. S., Gomes, M. C., ... & Ferreira, M. C. (2016). Deficiência como restrição de participação social: desafios para avaliação a partir da Lei Brasileira de Inclusão. Ciência & Saúde Coletiva, 21(10), 3203-3212. https://doi.org/10.1590/1413-812320152110.15262016

Varela, R. C. B., & Oliver, F. C. (2013). A utilização de Tecnologia Assistiva na vida cotidiana de crianças com deficiência. Ciência e Saúde Coletiva, 18(6), 1773-1784. https://doi.org/10.1590/S1413-81232013000600028

Downloads

Publicado

31-10-2025

Como Citar

Alves Fernandes, L., Aguilera Rodrigues da Silva, F., Martins Ribeiro, D., & da Silva Arantes, I. (2025). Satisfação e participação social de pessoas em uso de cadeira de rodas motorizada: Satisfaction and social participation of people using motorized wheelchairs. Revista Interinstitucional Brasileira De Terapia Ocupacional - REVISBRATO, 9(4), 3611–3625. https://doi.org/10.47222/2526-3544.rbto64274

Edição

Seção

Artigo Original