The modal construction ‘vai que’ in Brazilian Portuguese

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31513/linguistica.2024.v20n3a65263

Resumo

Este artigo discute a construção ‘vai que’ do português brasileiro. Nosso objetivo é analisar os aspectos sintáticos, semânticos e pragmáticos de ‘vai que’. Essa construção é empregada quando se deseja expressar a possibilidade de algo, ou seja, é uma construção modal. A nossa análise segue propostas da cartografia sintática (Cinque, 1999; Tsai, 2015; Rizzi; Bocci, 2017), da semântica formal (Kratzer, 1991; von Fintel, 2006; Hacquard, 2011) e da pragmática formal (Stalnaker, 1999; Portner, 2004). Análises anteriores discutindo ‘vai que’ argumentaram que é: (i) um modal fraco; (ii) epistêmico; (iii) condicional; (iv) contrafactual, (v) alto na hierarquia e (vi) um ato de fala diretivo (ver Andrade, 2012, 2014, 2019; Dearmas, 2022, 2024; Ely and Cezário, 2023a, 2023b). Concordamos que ‘vai que’ é um modal epistêmico fraco baseado nos testes semânticos de paráfrase e contradição (von Fintel; Heim, 2011), mas argumentamos que ele não faz parte de uma estrutura condicional, não expressa sentido contrafactual, não ocupa uma posição mais alta que a do núcleo modal epistêmico e não é um ato de fala diretivo. Em nossa análise, ‘vai que’ acessa as crenças do falante a partir do evento de fala, seguindo Hacquard (2006, 2010), e pressupõe uma proposição no common ground operando como uma justificativa para essa proposição.
Palavras-chave: ‘Vai que’. Modalidade. Ato de fala. Semântica formal. Cartografia sintática.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Luiz Fernando Ferreira, Universidade Federal de Roraima (UFRR)

Os principais campos que atuei na minha carreira são a Sintaxe, Semântica, Pragmática e o estudo de Línguas Indígenas. Durante esses 10 anos que trabalho com pesquisa linguística, trabalhei os seguintes temas: Modo, Modalidade, Tempo, Aspecto, Contrafactualidade, Coesão, Coerência, Metáforas, Sintagma nominal, Subordinação, Construções de discurso indireto e Metodologias Ativas voltadas para o ensino de português.

Núbia Rech, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Graduada em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1997). Mestre em Teoria e Análise Linguística pela mesma instituição (2005). Doutora pela Universidade Federal de Santa Catarina (2009). Fez Pós-doutorado na Universidade Federal do Paraná (2017). É professora do Programa de Pós-Graduação em Linguística e do Departamento de Língua e Literatura Vernáculas da Universidade Federal de Santa Catarina. Atua na área de Linguística, com ênfase em Teoria e Análise Linguística, investigando principalmente os seguintes temas: núcleos funcionais indicadores de modo, modalidade, tempo e aspecto. Atualmente, tem pesquisado marcas de modalidade em línguas indígenas da família Aruak: Paresi e Wapichana, no português brasileiro e em línguas crioulas de origem portuguesa, como o Guineense e o Lungle. 

Downloads

Publicado

2024-12-28

Edição

Seção

Dossiê: XIV Workshop on Formal Linguistics