As manifestações cênicas populares brasileiras como recursos para o ensino de artes.
Palavras-chave:
ensino de artes, manifestações cênicas, danças popularesResumo
O objetivo deste ensaio é discutir a potencialidade das manifestações cênicas populares brasileiras como recursos para o ensino de artes, trazendo como exemplo as vivências junto a uma disciplina de graduação. Partindo-se do pressuposto de que as manifestações populares envolvem dança, teatro, música, literatura e artes visuais, observa-se a riqueza de possibilidades de práticas pedagógicas decorrentes destas manifestações, as quais são condizentes com os Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino na área de Arte, que estabelecem que o ensino da cultura artística deve ocorrer por meio de múltiplas linguagens. De modo contrário à história da arte tradicionalmente contada pelo ponto de vista do colonizador, ao se abordar a história das manifestações populares, possibilita-se discutir os troncos formadores da cultura brasileira, e os inúmeros processos de resistência e acomodação colonizadora que ocorreram ao longo de nossa história, na tentativa de manutenção da dignidade e da cultura de povos indígenas e africanos.
Downloads
Referências
ACAYABA, C.; FIGUEIREDO, P. Artistas mulheres representam cerca de 20% dos acervos do Masp e Pinacoteca: ‘difícil apagar exclusão do passado’, diz especialista. G1. São Paulo, 31/03/2022. Disponível em: https://g1.globo.com/sp/saopaulo/noticia/2022/03/31/artistas-mulheres-representam-cerca-de-20percent-dos-acervos-do-masp-e-pinacoteca-dificil-apagar-exclusao-do-passadodiz.especialista.ghtml. Acesso em: 13/12/2024.
AMÁLIA, A.; MINERINI, J. História da Arte Brasileira (Série Universitária). São Paulo: Ed. Senac, 2019.
ALMEIDA, D.F. Corpo, Cultura e Sincretismo: o Ritual da Congada. Pensar a Prática, v. 15, n. 1, p. 1271, 2012. Disponível em: https://doi.org/10.5216/rpp.v15i1.18012. Acesso em: 01/12/2024.
ALMEIDA, F.S.; ANDRADE, I.A.; NUNES, J.A. Olhares, a música e a dança tradicional do Cavalo Marinho. In: GODOY, K.M.A.; ANTUNES, R.C.F.S. (orgs). Movimento e Cultura na Escola: Dança. São Paulo. Instituto de Artes da Unesp, 2010. P. 107 – 123.
ALMEIDA, R. Danças Brasileiras. São Paulo: Instituto Brincante, 2015.
BARROS, A.R.S. Abordagem Triangular no ensino das artes e culturas visuais: uma breve revisão. Anais do XXVI CONFAEB. Boa Vista, 2016. Disponível em: Anais-XXVI-ConFAEB-Boa-Vista-2016.pdf. Acesso em 01/12/2024.
BATTISTONI FILHO, D. Pequena história das artes no Brasil. 3ª ed. Campinas, SP: Átomo, 2020.
BRASIL. Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática ‘História e Cultura Afro-Brasileira’, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 10 jan. 2003.
BRASIL. Lei n. 11.645/2008, de 10 de março de 2008. Altera a lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela lei n. 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 11 mar. 2008.
BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018.
BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Brasília, 2004.
BRASIL. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Parâmetros curriculares nacionais: arte / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997.
CAVALCANTI, M.L.V.C. Bumba meu Boi, Boi-Bumbá: a inventividade das tradições populares. Política & Trabalho, ed. 49, p. 23-39, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.22478/ufpb.1517-5901.2018v1n49.40926. Acesso em: 01/12/2024.
CONDE, G.; MASCARO, B. Maculelê: entre paus, grimas e cacetes. Documentário. Bahia, 2021. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=IF8XWPEL7eU. Acesso em: 09/12/2024.
COSTA, P.R.M. As raízes da Congada: a renovação do presente pelos Filhos do Rosário. São Paulo: Dialética, 2021.
ELIGMANN-SILVA, M. Rompendo a cumplicidade entre o dispositivo estético e o colonial: arte afro-brasileira, arte negra afrodescendente. Arte!Brasileiros, 2022. Disponível em: https://artebrasileiros.com.br/arte/artigo/arte-negra-brasileira/. Acesso em: 13/12/2024.
FONSECA, A. Arte, discriminação e negritude. Humanidades e Inovação, v. 10, n. 12, p. 132-143, 2023. Disponível em: https://revista.unitins.br/index.php/humanidadeseinovacao/article/view/9197. Acesso em: 01/12/2024.
FONSECA, A.N.; SOUZA, V.R.L.; OLIVEIRA, L.D. Abordagem Triangular e Processo Criativo. Revista GEARTE, v. 9, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.22456/2357-9854.120486. Acesso em: 01/12/2024.
GONDIM, L.P.; CYNTRÃO, S.H. Identidade e autorrepresentação em toadas de Bumba-Meu-Boi. Revista Litteris, n. 11, 2013. Disponível em: http://www.realp.unb.br/jspui/bitstream/10482/33975/1/ARTIGO_IdentidadeAutorrepresentacaoToadas.pdf. Acesso em: 01/12/2024.
HESSEL, K. A história da arte sem os homens. Trad. Marina Vargas. 1. Ed. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 2024.
LEITE, A.P.O.R. Quem sou eu Maculelê. Universidade Regional do Cariri, 2023. Disponível em: http://www.urca.br/mpe/wp-content/uploads/sites/14/2023/03/anexo_respota_11489_03032023152712.pdf Acesso em: 24/05/2024.
MARQUES, R.R. Currículo como lugar de escuta: afeto, performatividade e emancipação de histórias da dança. Revista Brasileira de Estudos em Dança, v. 01, n. 01, p. 06-39, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.58786/rbed.2022.v1.n1.52512. Acesso em: 01/12/2024.
MARTINS, L.M. Performances da oralitura: corpo, lugar da memória. Letras, v. 26, p. 63–81, 2003. Disponível em: https://doi.org/10.5902/2176148511881. Acesso em: 01/12/2024.
MARTINS, L.M. Performances do tempo espiralar – poéticas do corpo-tela. Cobogó, 2023.
MEDEIROS, A. Metodologia da história da arte não europeia: Qual arte? Qual história? Qual metodologia? Revista Visuais, v. 7, n. 13, p. 173-192, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.20396/visuais.v7i2.16009. Acesso em: 01/12/2024.
MORAIS, R.C.; AMOROSO, D.M. Ensino e aprendências das Danças Populares: Perspectivas históricas, curriculares e metodológicas. Revista Brasileira de Estudos em Dança, ano 01, n. 02, p. 264-279, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.58786/rbed.2022.v2.n2.55127. Acesso em: 01/12/2024.
NASCIMENTO, E.L. Cultura em Movimento: matrizes africanas e ativismo negro no Brasil. São Paulo: Selo Negro, 2014.
NÓBREGA, A. Naturalmente – Teoria e jogo de uma dança brasileira. Estudos avançados, v. 26, n. 76, 2012. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ea/a/6VDxrjTMZb3qLLnNtHWcXCB/. Acesso em: 01/12/2024.
PAIVA, A.S. A virada decolonial na arte brasileira. Bauru, SP: Mireveja, 2022.
PRICE, S. A arte dos povos sem história. Afro-Ásia, v. 18, p. 205-224, 1996.
RODRIGUES, A.D. Sobre as línguas indígenas e sua pesquisa no Brasil. Ciência e Cultura, v. 57, n. 2, p. 35-38, 2005. Disponível em: http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-67252005000200018. Acesso em: 01/12/2024.
SILVA, T.T. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. 3ª Ed.11 reimp. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2019.
SOUZA, D.A. Arte pré-histórica. In: BARROSO, P. F.; NOGUEIRA, H.S. História da Arte. Sagah, 2018.
STRICKLAND, C.; BOSNWELL, J. Arte comentada: da pré-história ao pós-moderno. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004.
XAVIER, A.N.O. Folclore e Ideologia: a polifonia no folguedo Bumba-meu-boi. Cadernos da Escola de Comunicação UNIBRASIL, n. 1, 2003. Disponível em: https://portaldeperiodicos.unibrasil.com.br/index.php/cadernoscomunicacao/article/view/1909. Acesso em: 01/12/2024.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
As pessoas autoras que publicarem na Revista Brasileira de Estudos em Dança são os responsáveis pelo conteúdo dos artigos assinados e retém os direitos autorais. Concedem à revista o direito de primeira publicação com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição-Não Comercial 4.0 (Open Archives Iniciative - OAI). Esse recurso, utilizado para periódicos de acesso aberto, permite o compartilhamento do trabalho para fins não comerciais com reconhecimento da autoria. Caso o texto venha a ser publicado posteriormente em outro veículo, a pessoa autora deverá informar que o mesmo foi originalmente publicado como artigo na Revista Brasileira de Estudos em Dança. Assim sendo, ainda que a revista seja detentora da primeira publicação, é reservado às pessoas autoras o direito de publicar seus trabalhos em repositórios institucionais ou em suas páginas pessoais, mesmo que o processo editorial não tenha sido finalizado.
É reservado à revista o direito de realizar alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical visando manter o padrão de língua, respeitando-se, porém, o estilo autoral.