Versos que humanizam: poesia, cognição e humanização em sala de aula
DOI:
https://doi.org/10.31513/linguistica.2025.v21n2a68177Resumo
Este trabalho descreve e reflete sobre os processos cognitivos subjacentes ao exercício de práticas humanizadoras na produção escrita de poesias por alunos do 8º ano de uma escola particular do Rio de Janeiro. De natureza qualitativa e viés interpretativista, a análise se fundamenta no conceito de humanização de Candido (2011), assim como nas teorias da Linguística Cognitiva, especialmente, na Semântica dos frames (Fillmore, 1977, 2006), nas Metáforas e Metonímias Conceptuais (Lakoff; Johnson, 1980, 2002), e na Integração Conceptual (Fauconnier; Turner, 2002). De um total de 57 poemas gerados pelos alunos, dois foram selecionados para exemplificar tais processos, especialmente devido à sua relação com temas que continuamente povoam nosso cotidiano: falhas na educação e bullying na escola. No primeiro caso, a indignação da autora com o sistema educacional é motivada pela relação vital de causa e efeito, pois se o sistema educacional é falho (causa), como viver e progredir? A indignação (efeito) emerge na mescla, por meio da relação vital de propriedade, característica do eu lírico com o qual a autora se identifica. Ao mesmo tempo, os espaços mentais ativados pelo poema e processados na rede de integração conceptual refletem o caráter humanizador atribuído à prática literária. A análise demonstra o potencial da poesia no desenvolvimento da capacidade expressiva, reflexiva e crítica, processos cognitivos superiores. Teoriza-se, portanto, que quanto mais humanizar-se a sala de aula por meio da produção de poesias, maior serão os propiciamentos no processo de aprendizagem. Ou seja, tanto a poesia quanto a Linguística Cognitiva têm um papel a cumprir no ensino-aprendizagem de línguas.
Palavras-chave: Poesia. Humanização. Cognição. Ensino-aprendizagem de línguas. Sala de aula.
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